Há pessoas que temos o privilégio de ter, um dia, conhecido. O professor Zé é, sem dúvida, uma delas.
Lembro-me do dia em que nos conhecemos, eu juntamente com mais três companheiros de algumas peripécias. Estávamos no 2º ano do curso, ainda muito "verdes", muito sonhadores e em full-speed. Tratava-se do 1º estágio que iríamos fazer e calhou-nos o professor Zé e a sua turma de 4º ano.
Posso dizer que nunca aprendi tanto em todo o curso como ali, naquela escola de duas salas que se tornou tão familiar. Em grande parte isto deve-se a este homem castiço que nos comoveu com a sua amizade, que nos desafiou com o seu espírito exigente, que demonstrou em cada dia que o centro de qualquer aula devem ser os "gaiatos" e que nos deliciou com o prazer de aprender, descobrindo. Aguçou-nos o sentido crítico, introduziu-nos (directa e indirectamente) às ideologias do Movimento da Escola Moderna e correu riscos ao permitir que nós, pré-professores implementássemos algumas ideias "malucas" como a educação pela arte...
Orientar aquela turma era um exercício de humildade, porque qualquer um de nós tinha perfeita consciência de que não merecia a dádiva de ali estar.
Lembro com saudade as horas de conversa, de avaliação do trabalho e de desafios.
Esta experiência elevou a fasquia... afectou a forma como via o "ser professor" e fez com que todos os contextos de estágio seguintes empobrecessem em comparação com este.
Agradeço-lhe, professor Zé, por tudo e sobretudo pela paixão, dedicação e entrega ao que faz.
Relembrei consigo que, quando se quer remar contra a maré, as dificuldades e obstáculos triplicam, mas o gozo da viagem é também maior e mais intenso.
[alguns, poucos, entenderão o motivo deste post]
5 comments:
Im one of those...
Que gostoso Sara, relembrar algo que nos fez tão bem e muito mais que gostoso é mesmo nos transportar para aquele momento vivido.
Beijinhos amiga.
realmente aquele 2º ano foi algo único.
em tudo
o nosso primeiro estágio a "sério"
o tema de estágio
as colegas de estágio, salvaguardando algumas surpresas lol
e um full speed gerado pela motivação no seu máximo.
O zé realmente ensinou-nos muito, que um professor é realmente um ser humano e que deve "valorizar" isso na sala de aula com os outros seres humanos no início de vida. Ele mostra que está cansado, que está a sorrir, alegre, triste e jamais diassocia a sua humanidade à sua profissão.
Não há professores perfeitos, nem creio que o Zé gostaria de o ser, mas que nos ensinou tanta coisa, que apenas na hulmidade do ser é possível apreender.
beijos
ângelo
You're right my friend. Sim, realmente é uma das coisas que mais o caracterizam e ficaram connosco - ele não usa máscaras com os miúdos.
Tenho saudades daquele tempo (que parece que foi há séculos!), também por ti e pela Nat.
hug*
já percebi que és educadora de infância...eu sou uma futura aluna do 4.ano do curso.
Este ano (3.º) que passou, também me faz lembrar o teu 2.º com o tal professor Zé (que eu n conheço), mas eu com a minha professora C. que nos ver a educação de infância de outra perspectiva. Ainda não tinha a noção do quanto a educação de infância é importante, pois entrei assim um pco à toa no curso.
P.S. Levámos uma dose por dizermos "turma" "professores" "alunos"; ela dizia que se devia dizer "grupo" "educadores" "crianças". Por um lado até concordo.
Desculpa pelo comment ser tão grande. Mas a minha ansiedade pelo 4.ano é tão grande que está carregadinho de dúvidas, medos e nem sei.
beijinhos aqui da chata (que não te conheçe)
Post a Comment